História de Goiatuba: Ofício 0146/97-GP

"GOIATUBA contando nossa história"

Resumo

Em 1.976 iniciamos a coleta de dados, fotografias, documentos, resgate da oralidade histórica e informações sobre o surgimento e significado do nome de Goiatuba. Ainda julgamos pouco pelo que se tem sobre nossa história e por esta razão, isso nos coloca sob a responsabilidade de disponibilizar tais documentos, fotos e parte da oralidade histórica que coletamos no decorrer desse período. Com o intuito de facilitar o acesso a estas informações, disponibilizamos aqui parte do nosso acervo. Até que possamos fazê-lo numa edição impressa (livro) “GOIATUBA contando nossa história”.(Wolney Tavares)

INTRODUÇÃO

Ao voltarmos os olhos para a matemática do tempo, encontramos a somatória dos fatos sociais, políticos e econômicos que delinearam o desenvolvimento das várias gerações e raças humanas em busca dos seus ideais, independente das suas nações, castas sociais e religiões. Por sua vez, cada povo prosperou dentro das suas possibilidades e capacidades, suas identidades culturais e hereditárias.
Alguns autores, em seus alentados momentos, se colocam na condição de protagonistas da história. Outros, porém como meros expectadores dos fatos. Ainda aqueles que sob o volume dos episódios, possuem o nobre talento de o fazerem assistir no decorrer, dos mais importantes momentos. Então façamos histórias a cada alvorecer.
Aqui, entretanto, o nosso intento é tão somente de rebuscar acontecimentos e registros deixados ao longo dos anos decorridos, esmaecidos talvez. Não se trata de um “volume” de idéias academicamente metódicas, calcadas em estruturas científicas. Propusemos tão somente ao registro de fatos, de certa forma ordenada ou até mesmo com possibilidades, se não feitas agora, de serem esquecidas ao longo dos próximos anos e tornarem-se desconhecidas pelas novas gerações. De resto, o próprio tempo se encarregará de alinhar e preencher as lacunas deixadas por falta de documentos ou mesmo por uma questão de tempo para uma detalhada investigação. A vantagem que se tem, é que a história pode ser vista sob os diversos olhares, resta dar a ela a geografia interpretativa de quem a lê ou mesmo a faz declinar.
No auge do século XVI, os países europeus experimentavam vários conceitos econômicos e científicos, cabendo em especial a Portugal, que foi nosso paterno, assumir uma nova postura diante da sua estrutura parcimoniosa e política governamental. Nas desavenças entre os ideais dos seus “Reis” europeus, quantas vezes o resto do mundo pagou em caras moedas, por tais conflitos. O Brasil não estava descartado de tais possibilidades, até mesmo pela condição de ser tão vasto e rico, porém desconhecido, portanto não se salvou dos jubilosos desejos da época. Havendo a necessidade premente de ser ocupado e explorado com tal urgência. Foi usado, no decorrer dos próximos dois séculos como a alavanca desenvolvimentista de alguns país das bandas da “Europa”

Assim o “bandeirismo” surge como meio de expansão, dando seu redimensionamento territorial e colonizador. Seu tamanho meridional, o reconhecimento das terras e seus recursos naturais, dão-se através dos seus notórios desbravadores sertanistas, as breves notícias da volumosas riquezas, principalmente em minérios, o que seria pela época, o mais fácil de ser explorado em curto prazo. Podendo gerar divisas econômicas e até mesmo sobrepor-se entre outras nações. Embora Pero Vaz de Caminha, tenha dito em cartas: “Em se plantando tudo dá”, não fazia parte de um projeto emergente do Reino de Portugal, tal investimento econômico, se os próprios meios tecnológicos não ofereciam tais possibilidades.
Dentre muitos outros fatos, encontramos o fim da exploração do ouro nas “Minas dos Gerais” e a necessidade da Coroa Portuguesa em expandir suas divisas para a região central brasileira. Dada às notícias em registro, de novos pólos auríferos pelas “bandas dos Goyáses.” Donde o filho de “Anhanguera” é chamado pelo Governador da Província de São Vicente para consumar o audacioso intento, explorar o dito pólo de riquezas em minérios.
As idas e vindas, através da rota ou caminho dos Goyáses, propiciaram um grande volume de exploradores e aventureiros, que por sua vez tornou-se mais conhecido o sertão da região central do Brasil. A rota inicialmente usada por Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, possibilitou novas alternativas e, o surgimento de outras rotas mais curtas entre tais pólos auríferos. Inaugurando também um comunicado entre o pólo de Cuiabá, facilitando de certa forma o acesso mais rápido para os bandeirantes e transeuntes.
Esse novo traçado, fortalecido pelo uso constante dos caminhantes, trouxe o reconhecimento das terras de muita fertilidade e de valores irrisórios, na região sul, da mais nova “Capitania de Goyás” que sob os olhares notórios do declínio ou fim do ouro (1.877) das Minas dos Goyáses. Abrem-se as portas para as probabilidades, de uma nova atividade econômica, a exploração da agricultura e pecuária extensiva. Plantamos aqui, sob o jugo do nosso passado, as nossas expectativas para o presente!
Eis ainda, a vocação predominante de uma região brasileira em estado latente.

Sejam bem vindos ao surgimento de “Gwa yá tuba”

Obrigado, por estarem conosco nesse resgate, desenhando sob esse olhar, a cidade de Goiatuba - Wolney Tavares.

JUSTIFICATIVAS DESTA PÁGINA

Pela alcunha de goiatubense, situo-me sempre!

... em 1.976 ao visitar a Biblioteca Pública Municipal Dr. Andrade, descobri que faltava no seu acervo um dos mais importante instrumentos, um livro que pudesse contar a nossa identidade histórica!

Iniciei um trabalho simples que todos nós, já há tempos, poderíamos ter feito. Juntar documentos..."Arquivar documentos, textos, fotos, objetos e indagar mais sobre nosso passado ou mesmo qualquer tipo de publicação".

Deu certo, muitas pessoas colaboraram. Mesmo podendo afirmar que perdemos muito das nossas identidades: tradição, cultura e história. Porem, sinto-me privilegiado em estar participando desse momento, com essa releitura. Muito perdemos no tempo, ainda há o que salvar. Lamentável... mesmo assim, temos muito o que fazer nessa trajetória!

Não reparem... Contribuo n'aquilo que posso, procurando superar meus limites. Faço aqui, o meu papel de cidadão goiatubense, quisera eu ser um nato historiador, quem sabe... um dia alguém o fará!

Sem embargo algum, disponibilizo aqui algumas das minhas anotações ... se você reescrever, peço apenas para citar a fonte, um trabalho de 32 anos deve ser respeitado!

Aos meus tantos mestres, entre eles em especial: Eurípedes Vieira de Castilho e Gildo Garcia Guimarães, o meu apreço, respeito e admiração!

Um abraço e boa leitura!

Wolney Tavares

História de Goiatuba

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Ofício 0146/97-GP

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